Uma bela descrição do homem é o que arremata o capítulo 11 do livro de John Steinbeck que ora comentamos. O Senhor C, ficou extasiado quando leu este livro, cinquenta anos antes, em uma de suas incursões á Patagonia para meditar. São dele, as seguintes palavras sobre o texto, provavelmente escritas enquanto acontecia a aurora boreal no horizonte:
- Raras ocasiões em que um autor consegue ser tão profundo, mantendo a simplicidade de escrita. Eis um texto visceral, no melhor dos sentidos do termo. Aqui, o homem é visto em sua totalidade, descrito em sua amplitude de constituição; nenhum de seus âmbitos foi esquecido ou teve apontadas sua supremacia em detrimento de outrem. Torço para que as gerações futuras, decerto para quem a preocupação com o verdadeiramente humano aparecerá como um problema concreto e cotidiano, possam se beneficiar do encontro com este texto.Assumindo a relação telúrica e, ao mesmo tempo, transcendente, do homem com a terra, isto é, do indivíduo e seu contexto, Steinbeck nos leva a refletir sobre o que leva o homem a se isolar de sua dimensão genérica, na brutalização de seus meios e na instrumentalização de seus fins, em que ele mesmo sofre a expropriação e se torna um autômato a vagar dia após dia em busca de descanso.
Passemos, pois, ao homem como o descreve John Steinbeck, as páginas 143 do citado romance.
"O homem não é apenas carvão, nem sal, nem água, nem cálcio. Ele é tudo isso e também é muito mais do que o simples resultado de sua análise. O homem, que é mais que a sua composição química, caminhando na terra, desviando o arado de uma pedra, abaixando a rabiça de seu arado para poupar um rebento, calcando os joelhos na terra para comer uma singela refeição - esse homem, que é mais que os elementos que o compõem, sabe também que a terra é muito mais do que o simples resultado de sua análise química. Mas o homem da máquina, fazendo rodar um trator morto pelas terras que ele não ama nem conhece, entende somente de química, desdenha a terra e desdenha a si próprio. Quando as portas da chapa ondulada são fechadas, ele vai para casa, e sua casa não tem nada a ver com a terra"
- Raras ocasiões em que um autor consegue ser tão profundo, mantendo a simplicidade de escrita. Eis um texto visceral, no melhor dos sentidos do termo. Aqui, o homem é visto em sua totalidade, descrito em sua amplitude de constituição; nenhum de seus âmbitos foi esquecido ou teve apontadas sua supremacia em detrimento de outrem. Torço para que as gerações futuras, decerto para quem a preocupação com o verdadeiramente humano aparecerá como um problema concreto e cotidiano, possam se beneficiar do encontro com este texto.Assumindo a relação telúrica e, ao mesmo tempo, transcendente, do homem com a terra, isto é, do indivíduo e seu contexto, Steinbeck nos leva a refletir sobre o que leva o homem a se isolar de sua dimensão genérica, na brutalização de seus meios e na instrumentalização de seus fins, em que ele mesmo sofre a expropriação e se torna um autômato a vagar dia após dia em busca de descanso.
Passemos, pois, ao homem como o descreve John Steinbeck, as páginas 143 do citado romance.
"O homem não é apenas carvão, nem sal, nem água, nem cálcio. Ele é tudo isso e também é muito mais do que o simples resultado de sua análise. O homem, que é mais que a sua composição química, caminhando na terra, desviando o arado de uma pedra, abaixando a rabiça de seu arado para poupar um rebento, calcando os joelhos na terra para comer uma singela refeição - esse homem, que é mais que os elementos que o compõem, sabe também que a terra é muito mais do que o simples resultado de sua análise química. Mas o homem da máquina, fazendo rodar um trator morto pelas terras que ele não ama nem conhece, entende somente de química, desdenha a terra e desdenha a si próprio. Quando as portas da chapa ondulada são fechadas, ele vai para casa, e sua casa não tem nada a ver com a terra"
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