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terça-feira, 8 de outubro de 2013

Marina nega, mas não nega, declaração sobre chavismo


E ex-senadora Marina Silva, do PSB, soltou uma nota da “Rede”, desmentindo a matéria do jornal O Globo - ”Marina diz que quer acabar com a hegemonia e o chavismo do PT na Presidência da República” – publicada no sábado.

À parte o fato de desmentir a matèria apenas três dias depois – talvez pelo estrago que a declaração possa ter feito em círculos de esquerda que apoiavam a candidata – faço questão de transcrever a nota, para que você leia que ela não desmente o uso da expressãom dizendo apenas que foi distorcida, embora não fique claro o que ela queria dizer.
A nota:
A matéria “Marina diz que quer acabar com a hegemonia e o chavismo do PT na Presidência da República” publicada em O Globo Online, no dia 05, me causou muita indignação. Primeiro porque mente sobre minha opinião: ao contrário do que afirma o jornal em sua versão online, eu não discordei da posição de fazermos uma coligação com o PSB, mas fui a favor desde o início e ajudei a viabilizar essa proposta. Segundo, porque distorce a fala da Marina, criando uma ideia para a opinião pública que estamos fazendo isso por vingança ao PT. É preciso esclarecer que, como foi afirmado durante a coletiva de imprensa, o ato de coligação com o PSB é programático e nos permitirá avançar com as conquistas sociais e defender o desenvolvimento sustentável.
Eu não entendi, sinceramente, o que quer dizer Marina com a expressão “chavismo do PT na Presidência”. Quem é o Chávez? Dilma? Lula?
Bem, enquanto não fica claro, publico um trecho da ótima postagem de Cynara Menezes, no seu blog Socialista Morena, em Carta Capital.

Quem afirma que existe “chavismo” no Brasil mente – infelizmente

(…) qualquer um que afirmar existir “chavismo” ou “bolivarianismo” no Brasil está faltando com a verdade. É uma mentira deslavada que haja indícios de “venezuelização” do governo, para usar um termo caro aos jornais antes da vitória de Lula em 2002. E digo isso com dor no coração, porque gostaria que houvesse. Vou dizer por quê.
Se tivesse havido “chavismo” no Brasil:
– O governo teria investido na conscientização da juventude, que seria menos permeável à influência dos meios de comunicação e saberia muito bem as razões para ir às ruas protestar quando necessário;
– Teríamos concluído inteiramente o processo de reforma agrária, com o alijamento dos latifundiários do poder decisório em nosso País;
– Os médicos cubanos e de outros países já estariam há muito mais tempo atuando em lugares onde os médicos brasileiros se recusam a ir trabalhar e a saúde do nosso povo estaria bem melhor;
– A educação pública e gratuita teria máxima prioridade em detrimento do ensino privado, e consequentemente o analfabetismo teria sido eliminado: países “bolivarianos” assumidos, a Venezuela é, pelos critérios da Unesco, “território livre do analfabetismo” desde 2005, a Bolívia desde 2008 e o Equador desde 2009;
– Teríamos um salário mínimo com muito maior poder de compra (o da Venezuela, atualmente em 1024 reais, é o mais alto da América Latina);
– Algumas empresas privatizadas durante o governo Fernando Henrique Cardoso, de forma irresponsável, teriam sido reestatizadas;
– O Estado seria laico, sem qualquer influência de líderes religiosos na política e nos governos;
– O Imposto sobre as grandes fortunas já seria realidade;
– A Lei de Meios, capaz de democratizar os meios de comunicação, hoje concentrados em mãos de poucas famílias, teria sido aprovada;
– Nem se discutiria no País modificar a demarcação de terras indígenas; pelo contrário, os índios não estariam disputando seu espaço com latifundiários porque já teriam suas reservas garantidas;
– O PT estaria governando com o PSOL, não com o PMDB.
Por: Fernando Brito, do Tijolaço.

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