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sexta-feira, 8 de abril de 2011

Fragmentos dos diários perdidos do Senhor C.

Um dia chegou-me às mãos um livro de poesias, de que uma delas me chamou muita a atenção. Acho que o texto era mais ou menos como segue:



PONTO E VÍRGULA


"Sim, sei que tu queres o que o ponto aponta

Até o ponto em que apenas pontos

De tão pontos apontam reticências...

Mas também há pontos que atravessam linhas



Se é o desejo o ponto que se move

até o ponto que faz mover a ponta

Pode haver só pontos, retos, definidos?

Não há também vírgulas?! Pontos e vírgulas?!



Sejam os pontos firmes, reticentes,

Sejam as vírgulas tímidas, insurgentes

Quantos pontos e vírgulas combinas

Para escrever na vida tua vida?" 




- Escrito numa tarde chuvosa de verão, quando tudo era vento furioso derrubando as árvores e chuva torrencial encharcando a terra.


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