publicado em 13 de agosto de 2012 às 13:13, no Viomundo.
Campeãs olímpicas de vôlei (foto João Pires, CBV)
por Luiz Carlos Azenha
Não vou dar nomes aos bois. Não se trata de demonizar particulares, mas de capturar um espírito.
Programa de TV. De um lado do apresentador, o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei e o técnico da seleção olímpica feminina.
De outro lado, as jogadoras da seleção com suas medalhas de ouro.
O apresentador sugere às atletas que façam os pedidos que tiverem de fazer ao presidente.
Fica subentendido que, por causa do momento, seria a hora de extrair concessões.
As atletas são incentivadas a fazer o mesmo em relação ao técnico do time.
Pode-se argumentar que o apresentador surtou, ao tentar tratar em público de questões que deveriam ser discutidas em foruns mais apropriados.
Era o que faltava o Andy Murray com a medalha de ouro no peito fazendo pedidos públicos à Lawn Tennis Association num programa da BBC. Ou a Gabby Douglas celebrando o ouro com cobranças à USA Gymnastics, na NBC.
O curioso é a ênfase que se ouviu naquele mesmo espaço ao comportamento sóbrio, “proper”, dos britânicos nos Jogos, inclusive com justificativas para as vaias a Neymar nos estádios do futebol (ninguém foi capaz de imaginar que os torcedores vaiaram Neymar pelo mesmo motivo que brasileiros vaiariam o Messi, por ser de bom de bola e não ser britânico/brasileiro).
Porém, não deixa de capturar a essência do esporte no Brasil.
Um sistema de compadrio, em que o poder constituído distribui benesses de forma arbitrária.
A captura de símbolos e verbas públicas por interesses particulares.
Coronelismo esportivo. Ação entre amigos.
Primeiro ganhe uma medalha de ouro. Só depois você tem direito de cobrar. Mas tem de ser ao vivo, numa emissora de TV.
Campeãs olímpicas de vôlei (foto João Pires, CBV)
por Luiz Carlos Azenha
Não vou dar nomes aos bois. Não se trata de demonizar particulares, mas de capturar um espírito.
Programa de TV. De um lado do apresentador, o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei e o técnico da seleção olímpica feminina.
De outro lado, as jogadoras da seleção com suas medalhas de ouro.
O apresentador sugere às atletas que façam os pedidos que tiverem de fazer ao presidente.
Fica subentendido que, por causa do momento, seria a hora de extrair concessões.
As atletas são incentivadas a fazer o mesmo em relação ao técnico do time.
Pode-se argumentar que o apresentador surtou, ao tentar tratar em público de questões que deveriam ser discutidas em foruns mais apropriados.
Era o que faltava o Andy Murray com a medalha de ouro no peito fazendo pedidos públicos à Lawn Tennis Association num programa da BBC. Ou a Gabby Douglas celebrando o ouro com cobranças à USA Gymnastics, na NBC.
O curioso é a ênfase que se ouviu naquele mesmo espaço ao comportamento sóbrio, “proper”, dos britânicos nos Jogos, inclusive com justificativas para as vaias a Neymar nos estádios do futebol (ninguém foi capaz de imaginar que os torcedores vaiaram Neymar pelo mesmo motivo que brasileiros vaiariam o Messi, por ser de bom de bola e não ser britânico/brasileiro).
Porém, não deixa de capturar a essência do esporte no Brasil.
Um sistema de compadrio, em que o poder constituído distribui benesses de forma arbitrária.
A captura de símbolos e verbas públicas por interesses particulares.
Coronelismo esportivo. Ação entre amigos.
Primeiro ganhe uma medalha de ouro. Só depois você tem direito de cobrar. Mas tem de ser ao vivo, numa emissora de TV.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.