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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Uma desfeita ao Brasil


Mauro Santayana

A senhora Marina Silva é um caso típico de como as virtudes enganam. Ela surgiu na vida pública brasileira como a pobre menina da floresta, que se torna ativa militante da causa ambiental, entra para a política ainda muito jovem, dentro do PT; é eleita senadora pelo Acre; torna-se Ministra, e chega a candidatar-se, sem êxito, à Presidência da República. Trata-se de uma biografia virtuosa. Marina é militante de uma causa vista como nobre, a da defesa da natureza. Mas não se pode dizer, com o mesmo reconhecimento, de que se trata de uma boa brasileira. Marina é hoje, e é preciso dizer, uma patriota do mundo. Nenhum brasileiro, vivo ou morto, foi tão homenageado pelos mais poderosos governos estrangeiros e organizações não governamentais do que esta senhora, ainda relativamente jovem.

Ela, ao militar pela natureza universal, não tem servido realmente ao Brasil e à sua soberania. O Brasil, com o apoio, direto ou indireto, da senhora Silva, tem sido acusado de destruir a natureza. Quando seu companheiro de idéias, Chico Mendes, foi assassinado em Xapuri, o New York Times chegou a dizer que o mundo iria respirar pior, a partir de então. A tese do jornal, já desmentida pela ciência não engajada, era a de que a Amazônia é o pulmão do mundo. Assim, a cada árvore abatida, menos oxigênio estaria disponível para os seres vivos.

Marina Silva transita à vontade pelos salões da aristocracia européia e norte-americana. É homenageada, com freqüência, pelas grandes ongs, como a WWF, que contava, até há pouco, com o caçador de ursos e de elefantes, o Rei Juan Carlos, da Espanha, como uma de suas principais personalidades. Na melhor das hipóteses, a senhora Marina Silva é ingênua, inocente útil, o que é comum nas manobras políticas internacionais. Na outra hipótese, ela sabe que está sendo usada para enfraquecer a posição da nação quanto à defesa de sua prerrogativa de exercer plenamente a soberania sobre o nosso território.

Ainda agora, a ex-candidata a Presidente acaba de ser homenageada pelos organizadores londrinos dos Jogos Olímpicos, como convidada de destaque, ao lado de outras personalidades mundiais, a maioria delas diretamente ligadas às atividades esportivas, o que não é o seu caso. Para quem conhece os códigos da linguagem diplomática, tratou-se de uma desfeita ao Brasil, como país soberano, e, de forma bem clara, à Presidente Dilma Roussef. Dilma, com elegância, declarou-se feliz pela homenagem à sua adversária nas eleições presidenciais de 2010, e que permanece militando na oposição ao atual governo. A Chefe de Estado, que ali representava a nação inteira, e não ongs interessadas em retardar o desenvolvimento autônomo do Brasil, não assinou recibo pela aleivosia de uma Inglaterra decadente, contra um Brasil que cresce no respeito do mundo.



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