por Carlos Rodrigues y Rodrigues, especial para o Viomundo
Na campanha eleitoral de 2010, Geraldo Alckmin, então candidato do PSDB ao governo de São Paulo, prometeu que iria revisar o preço dos pedágios paulistas, que são os mais caros do Brasil.
Alckmin revisou, sim, os valores, só que para cima. No último domingo, os pedágios das estradas paulistas subiram aproximadamente 5%. Com um detalhe. O lucro das concessionárias rodoviárias subiu, em média, 30%, chegando até 38%, num dos casos. Já os investimentos, considerando as novas e antigas empresas do setor, caíram 5,5%.
Em 2009, a receita de pedágio foi de R$ 4,67 bilhões; em 2010, de R$ 6,04 bilhões. Já em 2011 chegou a R$ 6,8 bilhões. Portanto, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior, sendo quase duas vezes a inflação do período. De 2009 para 2011, o crescimento da receita foi de 46% ante uma inflação de 17%.
Quanto ao lucro líquido há duas situações distintas.
As concessionárias antigas (os contratos são principalmente de 1998 a 2000), que já passaram da fase de perdas dos primeiros cinco anos, quando os encargos são maiores. Integram esse grupo Autoban, Tebe, Viaoeste,Via Norte, Ecovias, Autovias, entre outras.
E as concessionárias novas, que passaram a operar após 2008. Por exemplo, Ecopistas, que administra a Ayrton Senna e a Carvalho Pinto, Rodoanel e Auto Raposo Tavares.
As novas concessionárias, por estarem começando seus serviços, amargaram prejuízo de R$ 245 milhões em 2011.
Já as antigas concessionárias – que são a imensa maioria — superaram um ano de crise econômica com um crescimento do lucro líquido em 25,6% frente a 2009, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,2 bilhão em 2010 e chegando a R$ 1,56 bilhão.
Desde que começaram a operar, o lucro líquido total das antigas concessionárias chegou a R$ 6,92 bilhões, capitaneados pela Autoban (R$ 2 bilhões), Ecovias (R$ 1,43 bilhão) e Via Oeste (R$ 841 milhões).
O maior crescimento do lucro líquido ocorreu na SP Vias (+125%) e na Ecopistas (+ 112%).
A relação entre o patrimônio e o lucro líquido (indica o grau de rentabilidade das empresas) mostra que em 2010 ela chegou a 38% e em 2011 pulou para 54%.
No mercado em geral, uma relação de 20% é fantástica. A melhor relação é da Autoban (110%), Ecovias (69%), Triângulo do Sol (68%) e Centrovias (51%).
Chama a atenção o crescimento da rentabilidade da Autoban. Em 2010 , era de 47% . Em 2011, saltou para 110%.
Se o lucro das antigas concessionárias vai bem, os investimentos realizados nelas vai mal. Em 2009, foram gastos com novas construções R$ 684 milhões. Em 2010, essas despesas caíram R$ 646 milhões, representando um corte de R$ 37,5 milhões (-5,5%).
Já em 2011 este valor foi muito menor ainda: R$ 375 milhões, uma queda de 42% frente a 2010.
As maiores quedas de investimentos ocorreram na Autoban (81%) e na Centrovias (80%). Já a Ecovias elevou os investimentos em 64%.
As novas concessionárias investiram mais por força contratual. Chamam atenção a Ecopistas (queda de aproximadamente 27%) e a Rota das Bandeiras ( redução de 50%) .
Carlos Rodrigues y Rodrigues é especialista em finanças públicas.
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