Entrevista ao jornal serrista O Estado de São Paulo
O candidato do PSDB, José Serra, avisou que usará o mensalão contra sua campanha. Ele disse que fará discussão de valores com o PT porque quem tem mal entendido com o passado é o seu partido. Como o sr. responde?
A ética do Serra é seletiva. Só vale para seus adversários. Aos amigos, tudo. Aos inimigos, a lei. Ela não vale para dentro, só vale para fora. Porque, caso contrário, ele faria menção ao mensalão tucano, que é anterior, é a matriz, e está para ser julgado pelo Supremo Tribunal Federal na sequência desse processo. Ele mencionaria a suspeita de corrupção em torno da gestão do prefeito Gilberto Kassab.
A que denúncia o sr. se refere?
O secretário de Saúde (Januário Montone) é réu num processo de desvios de recursos da merenda escolar. O vice de Serra, ex-secretário da Educação (Alexandre Schneider), é réu em processo de improbidade administrativa por contratação sem licitação. O Hussain Aref, que Serra nomeou, adquiriu mais de cem imóveis com um salário de servidor público. O secretário do Meio Ambiente (Eduardo Jorge) é réu, junto com o prefeito, num processo que o Ministério Público encaminhou sobre o contrato com a Controlar. No que me diz respeito, vou defender sempre a investigação até as últimas consequências. Não farei seleção por partido. Não abafamos as investigações.
Do que o sr. está falando?
Na década de 90, nada era investigado pelo PSDB. A compra de votos para a reeleição (do ex-presidente Fernando Henrique), as privatizações que até hoje não foram esclarecidas... Nenhuma CPI foi instalada em função da pressão do governo da época.
O seu contra-ataque no horário eleitoral vai ser nessa linha?
Não se trata de um contra-ataque. É uma discussão. Serra é incapaz de comentar se ele é a favor ou contra a condenação do Eduardo Azeredo (no mensalão tucano), se é a favor ou contra o Aref, que ele nomeou.
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