(do Tijolaço)
O Estadão de hoje traz uma matéria que é um primor. O cidadão que a escreve tem tanta vontade de mostrar que o Brasil está em crise que tortura a matemática de forma atroz, tentando mostrar que estamos na iminência de uma crise de desemprego.
É óbvio que a geração de 140 mil empregos em julho, divulgada pelo Caged, ontem, poderia ter tido números mais largos. Na verdade, para continuarmos na situação de virtual pleno emprego em que nos encontramos – com taxas abaixo de 7%, fica-se perto da busca de emprego residual provocada pela rotatividade de mão de obra – precisamos criar perto de 200 mil empregos/mês, para alcançar um saldo em torno de 2 milhões por ano de novos postos de trabalho. Portanto, os 140 mil empregos criados em julho ficam abaixo disso, como os números de abril, maio e junho ficaram acima.
Mas a câmara de torturas estatísticas do Estadão não perdoa.
“Nos últimos cinco meses, a velocidade do crescimento das demissões superou a das contratações, mas, como a geração de vagas mantém vantagem o ano inteiro, o desemprego ainda não é rápido o suficiente para ultrapassar o emprego. Em outras palavras, a criação de vagas de trabalho passou de lebre a tartaruga”.
Ei, alô, atenção, senhor repórter, cadê a tartaruga?
De janeiro a julho, houve um saldo líquido de 1,59 milhão de contratações. É, apenas, o segundo melhor da história do país. Só perde para 2010, quando foram criados, no período, 1,65 milhão de vagas, E ganha de 2008, antes da crise mundial, que teve, no mesmo intervalo, 1,56 milhão de novos empregos.
O Estadão de hoje traz uma matéria que é um primor. O cidadão que a escreve tem tanta vontade de mostrar que o Brasil está em crise que tortura a matemática de forma atroz, tentando mostrar que estamos na iminência de uma crise de desemprego.
É óbvio que a geração de 140 mil empregos em julho, divulgada pelo Caged, ontem, poderia ter tido números mais largos. Na verdade, para continuarmos na situação de virtual pleno emprego em que nos encontramos – com taxas abaixo de 7%, fica-se perto da busca de emprego residual provocada pela rotatividade de mão de obra – precisamos criar perto de 200 mil empregos/mês, para alcançar um saldo em torno de 2 milhões por ano de novos postos de trabalho. Portanto, os 140 mil empregos criados em julho ficam abaixo disso, como os números de abril, maio e junho ficaram acima.
Mas a câmara de torturas estatísticas do Estadão não perdoa.
“Nos últimos cinco meses, a velocidade do crescimento das demissões superou a das contratações, mas, como a geração de vagas mantém vantagem o ano inteiro, o desemprego ainda não é rápido o suficiente para ultrapassar o emprego. Em outras palavras, a criação de vagas de trabalho passou de lebre a tartaruga”.
Ei, alô, atenção, senhor repórter, cadê a tartaruga?
De janeiro a julho, houve um saldo líquido de 1,59 milhão de contratações. É, apenas, o segundo melhor da história do país. Só perde para 2010, quando foram criados, no período, 1,65 milhão de vagas, E ganha de 2008, antes da crise mundial, que teve, no mesmo intervalo, 1,56 milhão de novos empregos.
O segundo melhor resultado de emprego da história do país pode ser chamado assim?
Mas se o repórter quiser achar uma tartaruga, a gente ajuda.
É só olhar o gráfico ao lado e ver que a tartaruga ficou lá para trás, no Governo Fernando Henrique Cardoso – aquele da “roda presa” – quando, no mesmo mês, a média de criação de empregos, em oito anos, andou na casa de 25 mil vagas a cada mês de julho.
E o exercício da previsão do caos continua, de uma maneira simplória, como se não fosse óbvio que num quadro de crescimento estável a velocidade de crescimento do emprego não pode ser a mesma que num momento de recuperação econômica, assim como o fato de apertar-se menos o acelerador em um carro que vai a 80 km por hora do que quando ele está a 40 não quer dizer que se esteja correndo menos.
O número total de empregos com carteira assinada cresceu 4,43% em relação a dezembro de 2010. Como a população ativa cresceu perto de um quarto deste índice, é óbvio que o emprego subiu.
Que o Estadão torça para o Brasil ficar de roda-presa e empregar menos, a gente até compreende. Mas começar uma matéria dizendo que “o mercado de trabalho perde fôlego no ritmo mais veloz desde o início da crise internacional de 2008″ quando qualquer aluno de ginásio sabe que amargamos um final de 2008 e início de 2009 com saldo negativo de dezenas e até centenas de milhares de empregos, passa dos limites da torcida macabra e chega às fronteiras da idiotia.
Mas se o repórter quiser achar uma tartaruga, a gente ajuda.
É só olhar o gráfico ao lado e ver que a tartaruga ficou lá para trás, no Governo Fernando Henrique Cardoso – aquele da “roda presa” – quando, no mesmo mês, a média de criação de empregos, em oito anos, andou na casa de 25 mil vagas a cada mês de julho.
E o exercício da previsão do caos continua, de uma maneira simplória, como se não fosse óbvio que num quadro de crescimento estável a velocidade de crescimento do emprego não pode ser a mesma que num momento de recuperação econômica, assim como o fato de apertar-se menos o acelerador em um carro que vai a 80 km por hora do que quando ele está a 40 não quer dizer que se esteja correndo menos.
O número total de empregos com carteira assinada cresceu 4,43% em relação a dezembro de 2010. Como a população ativa cresceu perto de um quarto deste índice, é óbvio que o emprego subiu.
Que o Estadão torça para o Brasil ficar de roda-presa e empregar menos, a gente até compreende. Mas começar uma matéria dizendo que “o mercado de trabalho perde fôlego no ritmo mais veloz desde o início da crise internacional de 2008″ quando qualquer aluno de ginásio sabe que amargamos um final de 2008 e início de 2009 com saldo negativo de dezenas e até centenas de milhares de empregos, passa dos limites da torcida macabra e chega às fronteiras da idiotia.
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