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quarta-feira, 20 de junho de 2012

A coerência de Erundina e a incoerência dos outros







30/06/2004 - 20h06
Erundina e Temer formam aliança para eleição em SP
Por Carmen Munari
SÃO PAULO (Reuters) - PMDB e PSB formalizaram nesta quarta-feira uma coligação para disputar a prefeitura de São Paulo com a desistência de Michel Temer, que ocupará o posto de vice na chapa da socialista Luiza Erundina. Apesar de pertencerem a partidos da base governista, os dois políticos prevêem críticas ao Executivo federal na campanha.
"É um gesto inovador, revolucionário e ousado do PMDB", disse a ex-prefeita, durante entrevista coletiva para anunciar a nova chapa. Erundina reiterou sua autocrítica de considerar um "equívoco" ter governado São Paulo entre 1989 e 1992 com um partido só, então o PT
Temer admitiu que os resultados das últimas pesquisas de opinião influenciaram na formação da chapa, mas que, além disso, a decisão se deveu a um "consenso partidário". O acordo foi costurado por Orestes Quércia, presidente estadual do PMDB.


Comentários do Senhor C.:

- Como se pode ver, a história não beneficia ninguém. Nem os puristas, nem os equivocados, nem os fariseus e, muito menos, os românticos.
Há, supomos com razoável dose de certeza, um conjunto de não-ditos que fazem falta na hora de analisar esta história da aliança PT-PP, a foto com Maluf, e o aceite-recusa da Erundina em continuar na chapa com Haddad. 

Analistas de diversos matizes e enfoques já discorreram sobre os gestos da deputada - de quem continuo eleitor e admirador. Mas algo me diz que há uma mistura de equívocos, quase todos motivados pela falta de pequenas peças - os tais detalhes de bastidores - de que nunca ficaremos sabendo todos. 

No entanto, não há porque não deixar de dar algumas pitadas nesta situação:

a) a História é uma deusa muito vaidosa e mutante, e espera ser olhada pelo para-brisa, não pelo retrovisor;

b) Àqueles que o fazem estão condenados ao risco de virarem estátuas de sal, e meio saudosistas, meio românticos revolucionários, ficarem sonhando com a volta triunfal de um passado que não passou;

c) A deusa História é, um pouco ou muito, algo parecido a um híbrido de Medusa com a Esfinge. Ao mesmo tempo que seduz, também ameaça com enigmas que, uma vez não resolvidos, conduz o desafiado ao castigo de ser por ela devorado.

d) Além disso, a história é um território aberto. Por isso, infelizmente, nela campeiam também inúmeros interesses: dos mais transcendentes aos mais hipócritas e farisaicos. E neste caso, à reação indignada de alguns militantes, convém lembrar os interesses nada explícitos da mídia conservadora em ver o circo da esquerda pegar fogo.

Enfim...Heiner-Maria Rilke - autor do célebre Cartas a um jovem poeta, e que parece ter inspirados políticos sociólogos a escreverem as suas cartas a um jovem político, já deixou dito que um homem é a soma de todas as contradições ditas e feitas em seu nome e a seu respeito.


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