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quarta-feira, 13 de junho de 2012

Quem deve teme?


Hoje estarei no Fórum João Mendes em São Paulo para depor em favor da Record na ação que lhe move a rede Globo por reproduzir matéria do Blog Brasil que Vai em outubro passado, a qual repercutia matéria do wilileaks sobre envolvimento do jornalista Wiliam Waack com o governo americano.

O mesmo jornalista aciona o Google para que forneça informações sobre o blogueiro a fim de que possa processá-lo. A acusação? Haver chamado Waack de informante do governo americano, depois de diversos Blogs terem comentado os documentos sigilosos da embaixada daquele governo no Brasil.

A danação de Waack foi com o fato de darem um nome ao seu papel, o de informante. Como quem deve teme, o jornalista tratou logo de interpretar a palavra pelo seu sentido ficcional de agente secreto ou coisa que o valha.

Pouco afeito ao sentido original das palavras, porque acostumado a adaptá-las às conveniências da emissora para que trabalha, o jornalista não se importou de ir ao dicionário e constatar que informante é quem informa, e nada mais.

O mesmo que fez a Record ao registrar no site R7 que o Blog havia caracterizado o jornalista como informante. Este é um fato, e não incomum. Não é normal que um jornalista compareça a representações estrangeiras traçando perfis de postulantes à presidência de seu País a fim de posicionar-lhes sobre quem é mais ou menos palatável a tal governo.

Mas não foi a Record que opinou sobre a atitude do jornalista. Foi o jornal eletrônico mais acessado dos Estados Unidos, o Huffington Post, que por meio do articulista Eric Ehrmann considerou no mínimo impertinente a atitude de Waack e insinuou a existência de vínculos dele com Tom Enders , que atuou como encarregado do Departamento de Estado dos E.U.A. para assuntos latino-americanos durante o governo Reagan.

O noticioso foi além: disse que Enders, por sua vez, é ligado ao também jornalista e chefe de inteligência do Departamento de Estado americano Cord Meyer que, na época dos regimes militares no continente, montou uma rede de colaboradores no meio jornalístico. Citou uma organização secreta, denominada “a chave e o manuscrito”, a que ambos – Meyer e Enders – seriam ligados.

Vê-se pelos alvos que Waack coloca sob a mira que sua intenção não é esclarecer fatos, mas sim a de calar aqueles que, fora da poderosa Globo, portam-se apenas como simples cidadãos desejosos de resguardar as instituições nacionais da influência de governos de outros países.

Postado por Luiz Cezar


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