Nascimento e morte de Obamas e Osamas!

Comentário do Senhor C.:

A execução sumária - cada vez mais admitida pelo governo estadunidense - de Osama Bin Laden coloca um fosso enorme no estatuto civilizatório da história ocidental. O furor midiático, mais uma vez, se apressa em difundir a idéia de que os EUA alcançaram justiça - e paz - numa caça a um indivíduo que consumiu bilhões de dólares e dez anos de procura. Não se trata aqui de brandir argumentos em defesa de um homem - a quem, honestamente, não temos condição de saber sobre a responsabilidade nos crimes que lhe foram atribuídos. Tudo é empacotado e jogado no ar, e reproduzido como verdade transitada e julgada. O próprio sujeito, tratado agora como facínora, terrorista e vilão, foi, há não muito tempo, amigo e aliado dos interesses do próprio país que, ontem, o executou. Quando gozava desta condição, não teve nenhuma vez sua imagem associada a terrorismos ou correlatos. Que tenha coordenado e organizado o atentado que resultou na queda das tais Torres Gêmeas e na morte de milhares de estadunidenses, não seria o caso de que a justiça fosse feita com sua captura e o julgamento com todos os ritos que - soberbamente - os EUA brandem como seu valor maior? Como então não se indignar com esta execução sumária tratada como justiça? E execução de um homem desarmado!!!

Cada um, enfim, cumpres seu destino. Obama, o Barack, dias antes teve que apresentar sua certidão de nascimento para provar que tem mesmo berço estadunidense. Agora, é levado a assinar a certidão de óbito de um quase assemelhado no nome, o Osama Bin Laden. Quis o destino que Obama estivesse na cadeira presidencial para marcar, simbolicamente, a vida e a morte. A morte de seu advesário - tratado como inimigo de seu povo e do mundo - marcará, provavelmente, o ocaso de seu governo, cada vez mais impotente e fraco para conduzir as mudanças que prometeu, emaranhado nas teias das guerras que não foi capaz de terminar ainda. No mais, se a execução de Osama vem um pouco tarde, tavlez seu maior feito seja o de marcar o nascimento e morte de um governo de mudança, cujo líder nasceu e se aobleta na morte no decurso de um intervalo de poucos dias.