A revista (conservadorissíma), The Economist, inglesa, publica hoje uma matéria digna da hipocrisia da “corte” econômica londrina.
Ela diz que a reputação do Banco Central do Brasil “está sendo manchada” pela redução da taxa de juros interna. E uma redução que foi de menos de um décimo, de 12,5% para 11,5%.
Acusa nossa autoridade monetária de “estar focada no crescimento econômico” em lugar de zelar de sua missão de guardião da moeda.
Que cinismo!
Dizem isso porque o crescimento – e, com ele, o emprego, a renda, o consumo, e a atividade econômica – é no Brasil. Quando se trata deles próprios, a história é completamente diferente.
Querem ver? O banco central inglês, desde 2009, mantém sua taxa de juros em 0,5% ao ano, o menor nível da história, vinte vezes menor do que a brasileira, em valores percentuais.
E a inflação na Corte de Sua Majestade, por acaso é comportadinha como uma “lady”?
Coisa nenhuma. Fechou setembro acumulando uma alta de 5,2%, mais do que o dobro da meta de 2% fixada pelo Banco Central inglês. Vejam bem, seria a mesma coisa que temos aqui, uma inflação de quasse 12% ao ano! O dobro, quase, da que vamos ter.
O juro real na Inglaterra, com essa inflação, é negativo em 4,5% ao ano enquanto os nossos são positivos, e de mais de 5%, no mesmo prazo.
E não aparece ninguém no jornalismo econômico brasileiro que tenha a coragem de lhes apontar o dedo e dizer o quanto há de cinismo nessa crítica pretensiosa e desonesta.
Porque não é incompetência, por trata-se de uma das mais importantes publicações do setor no mundo. É arrogância, mesmo.
Que vergonha!
Vivem, ao contrário, bajulando o que receita esta “nobreza”. Fica a dúvida se é por ignorância ou por pusilanimidade.
Se de um lado existem as “cabeças coroadas”, com seu ar empertigado, é porque, de outro, existem as “cabeças colonizadas”, sempre abaixadas pela submissão.
by Tijolaço.com
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