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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

A arte não tem idade (e a estupidez humana também)



Por Eduardo Galeano


No ano de 1633, mais dia, menos dia, nasceu Gregório de Matos, o poeta que melhor sabia debochar do Brasil colonial.


Em 1969, em plena ditadura militar, o comandante da sexta região denunciou seus poemas, que dormiam o sono dos justos fazia três séculos na biblioteca da Secretaria de Cultura da cidade de São Salvador da Bahia, como sendo "subversivos", e os atirou na fogueira.


Em 1984, num pais vizinho, a ditadura militar do Paraguai proibiu uma peça que ia estrear no teatro Arlequin, por se tratar de "um panfleto contra a ordem, a disciplina, o soldado e a lei". 


Fazia vinte e quatro séculos que a peça, As troianas, havia sido escrita por Eurípides.



Comentário do Senhor C.:

- Contribuição do historiador gaúcho a série de pérolas que exemplificam quão infinita é a estupidez humana.


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