A noção de Substância.
Vejamos agora a concepção de substância como aquilo que permanece através da mudança:
O distintivo da substância é que ela é numericamente uma e a mesma e que é capaz de receber contrários. Em nenhum outro caso podemos ter algo numericamente único, que seja capaz de receber contrários.(3)
Além da dificuldade colocada no início, essa definição trás consigo uma outra, levantada pelo próprio Aristóteles, qual seja: a de que há outras coisas que não são substâncias e que podem sofrer mudanças. Uma crença, por exemplo, pode deixar de ser considerada verdadeira para ser considerada falsa. A resposta de Aristóteles é que a mudança da crença é extrínseca a ela, enquanto a mudança na substância ocorre nela mesma; em outras palavras, só substâncias sofrem mudanças intrínsecas. Mas que dizer de uma superfície que muda a sua forma? Não é essa uma mudança intrínseca? Contudo, ninguém diria que a superfície é substancial.
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