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terça-feira, 17 de abril de 2012

Argentina: os espanhóis querem é Vaca Morta



A desapropriação de 51% do capital da Yacimientos Petroliferos Fiscales, a YPF, devolve ao governo argentino não apenas jazidas calculadas até pouco tempo atrás em metade dos cerca de três bilhões de barris estimados até então.

Não era nada de imenso – algo em torno do 30º lugar em reservas no mundo - embora fosse o suficiente para o país ser auto-suficiente em petróleo, quadro que se inverteu a partir de 2010, quando o país passou a ser importador de petróleo.

Mas a revolta e o chororô da Repsol não pára no fato de ter perdido o que já tinha na Argentina.

O que dói, mesmo, chama-se Vaca Muerta.

É uma área desértica no sopé dos Andes, com 30 mil km² de área, metade deles sob privilégios exploratórios da Repsol.

Descoberto ano passado, a jazida pode significar a multiplicação em oito vezes das reservas petrolíferas argentinas.

Embora seu dimensionamento ainda seja precário, é uma espécie de pré-sal portenho, embora sejam campos de xisto, uma espécie de formação menos convencional que as dos reservatórios do nosso pré-sal e que exige o fraturamento hidráulico da rocha para sua extração.

Uma tecnologia ainda em desenvolvimento, na qual os americanos têm investido muito.

A Argentina, com a reestatização da empresa, recuperou mais que a parte de suas jazidas entregue à Repsol. Recuperou a ferramenta para desenvolver as imensa potencialidades destas descobertas.



by Fernando Brito

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