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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Máscaras, golpes e a história como farsa

Os organizadores das Marchas contra a corrupção adotaram como símbolo a máscara que aparece na série de quadrinhos V de Vitória, como se pode ver na foto abaixo da tentativa de manifestação em Curitiba.





Para além das possíveis implicações inconscientes entre marchar contra a corrupção e adotar como símbolo uma máscara de um antigo militante pode significar mais elos entre intenções e gestos do que pode imaginar nossa vã filosofia. No caso, a atração inconsciente do movimento com a tentação golpista.

Pensando nisso, coletei para os leitores deste blog, informações históricas sobre o personagem histórico e o mito da máscara.

Guy ou Guido Fawkes:
Guy Fawkes (Iorque, 13 de abril de 1570Londres, 31 de janeiro de 1606), também conhecido como Guido Fawkes, foi um soldado inglês católico que teve participação na "Conspiração da pólvora" (Gunpowder Plot) na qual se pretendia assassinar o rei protestante Jaime I da Inglaterra e todos os membros do parlamento durante uma sessão em 1605, objetivando o início de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento do Reino Unido durante a sessão.

Porém a conspiração foi desarmada e após o seu interrogatório e tortura, São Guy Fawkes foi executado na forca portraição e tentativa de assassinato. Outros participantes da conspiração acabaram tendo o mesmo destino. Sua captura é celebrada até os dias atuais no dia 5 de novembro, na "Noite das Fogueiras" (Bonfire Night).

Guy Fawkes nasceu na cidade de Iorque, e se converteu ao Catolicismo aos dezesseis anos. Como soldado era especialista em explosivos. Por ser simpatizante dos espanhóis católicos, adotou também a versão espanhola de seu nome francês: Guido.

A Conspiração da Pólvora:
A Conspiração da Pólvora foi um levante liderado por Robert Catesby, que foi executado, assim como outros católicos insatisfeitos, pela repressão empreendida pelo rei protestante Jaime I.

O objetivo deles era explodir o parlamento inglês utilizando trinta e seis barris de pólvora estocados sob o prédio durante uma sessão na qual estaria presente o rei e todos os parlamentares. Guy Fawkes, como especialista em explosivos, seria responsável pela detonação da pólvora.

Porém os conspiradores notaram que o ato poderia levar à morte de diversos inocentes e defensores da causa católica, portanto enviaram avisos para que alguns deles mantivessem distância do parlamento no dia do ataque. Para infelicidade dos conspiradores, um dos avisos chegou aos ouvidos do rei, o qual ordenou uma revista no prédio do parlamento. Assim acabaram encontrando Guy Fawkes guardando a pólvora.

Ele foi preso e torturado, revelando o nome dos outros conspiradores. No final foi condenado a morrer na forca por traição e tentativa de assassinato. Os outros participantes revelados por Fawkes acabaram também sendo executados.

Ainda nos dias de hoje o rei ou rainha vai até o parlamento apenas uma vez ao ano para uma sessão especial, sendo mantida a tradição de se revistar os subterrâneos do prédio, antes da sessão.

Do mesmo modo foi mantida a tradição de celebrar no dia 5 de novembro a Noite das Fogueiras. Nesta noite é tradição malhar e queimar em fogueiras, bonecos que representam Fawkes, e soltar fogos de artifício.


Graphic Novel V de Vingança:
A graphic novel V de Vingança, com roteiro de Alan Moore e arte de David Lloyd, possui fortes influências da "Conspiração da Pólvora". Um dos personagens, que utiliza o nome de código V, acaba por concretizar os planos da conspiração, explodindo o parlamento inglês num futuro dia 5 de Novembro. Este personagem esconde o rosto atrás de uma máscara de Guy Fawkes (usada na Noite das Fogueiras), e o seu objetivo é iniciar uma revolta contra o regime fascista que se instalou na Inglaterra após uma guerra biológica.

Outra influência é encontrada em pelo menos dois dos livros da saga Harry Potter: em Harry Potter e a Pedra Filosofal, no primeiro capítulo, a história é explicitamente citada quando dois locutores de televisão, ao anunciarem uma chuva de estrelas observada anormalmente no céu, atribuem a sua origem a uma provável comemoração antecipada da Noite das Fogueiras; e em Harry Potter e a Câmara Secreta, no capitulo doze, uma fênix é chamada de Fawkes, tentando traçar um paralelo entre o mito da fênix que renasce das suas cinzas e o renascimento social, cultural e político caso a revolução fosse concretizada.


Como se pode deduzir, há mais relações entre máscaras, movimentos e intenções golpistas do que se pode crer à primeira vista. As intenções enunciadas na marcha contra a corrupção mal escondem suas intenções golpistas, e parecem querer emparedar o governo Dilma numa posição indelevelmente comprometida por uma agenda moralista e hipócrita. A se revelar tal horizonte, cai a máscara. E no caso, nada mais apropriado que utilizar como símbolo a imagem de V.




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