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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O que vai acontecer com a Chévron?


Doutor, apreenda o DDR, o CDL e sísmicas da Chevron


O Cement Bond logging do poço de Macondo, no Golfo, a pressa fez a BP-Transocean "pular" testes de cimentação

Publica a Agência Brasil:

O delegado da Polícia Federal Fábio Scliar, chefe da Delegacia de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, vai intimar hoje (18) pelo menos seis diretores da Chevron para depor na semana que vem sobre o vazamento de óleo na Bacia de Campos. A multinacional é responsável pela exploração de petróleo em um poço no Campo de Frade, a 183 km da costa fluminense.

“Não há qualquer dúvida de que o crime ocorreu. O derramamento é oriundo da atividade de perfuração. O que me interessa agora é delimitar responsabilidades. É saber quem era o responsável. Alguns dos envolvidos estão embarcados, por isso precisamos esperar que eles sejam rendidos para que possam sair de lá.”

O delegado, que instaurou o inquérito há dois dias, também vai investigar se os equipamentos usados no Campo de Frade são obsoletos e se houve perfuração além do que estava previsto no contrato de exploração. “Na plataforma, alguém deixou escapar que haviam perfurado 500 metros a mais do que deviam e talvez seja essa a causa dessa rachadura no solo. O que gera estranheza é que eles estavam perfurando a 1,2 mil metros de profundidade e quando ocorreu o problema eles baixaram uma sonda para filmar o acontecido que não chega a 1,2 mil metros de profundidade”, explicou o delegado.

Sei que o Dr. Fábio deve estar bem assessorado, mas não custa dizer quais são os documentos- chave que devem ser apreendidos e periciados.

O DDR, Daily Drilling Report, o “diário de bordo” da perfuração. Tem de estar tudo lá: profundidades, incidentes, paradas ou desvios provocados por eventuais perdas de coluna de perfuração, provocada por desmoronamentos nas paredes do poço. vai mostrar também se houve contato com reservatórios de rocha petrolífera deixados para trás com o avanço da perfuração, em busca de novos “alvos”.

O CDL, ou Cement Bond Logging, que é a análise da solidez e vedação do cimento injetado no poço para fixação de sapatas intermediárias e preenchimento do espaço entre os tubos baixados e as paredes do furo aberto, que vai garantir não apenas que elas nçao desmoronem sobre a tubulação como dar estabilidade ao entorno do poço e, sobretudo, que óleo ou gás possam subir por fora da tubulação, encontrar espaços no subsolo e virem parar na superfície.

A execução do CDL toma tempo, e tempo, mesmo com uma sonda antiquada como a usada pela Crevron, representa muito dinheiro. Uma das irregularidades apuradas no acidente do Golfo do México foi o fato da BP ter “pulado” parte destes testes por economia.

Finalmente, as sísmicas vão mostrar onde e quais eram as falhas no solo observadas na região do poço, os depósitos de sedimento eventualmente instáveis em seu trajeto e a adequação dos rumos de perfuração.

Depois daquela história de “vazamento natural” com que a Chevron começou esta história, declarações têm apenas um valor relativo: o que vale mesmo é a documentação técnica.

Aliás, o Dr. Fábio é quem mais tem mostrado desassombro neste caso. Tanto, que a gente gostaria que houvesse lá na ANP gente com essa disposição de “peitar” o poder de uma grande petroleira.

Comentário do Senhor C.:

 - Se este for um país sério, a Chévron será severamente punida. Os fatos até aqui apresentados já indicam a responsabilidade de empresa, só menor do que a cumplicidade vergonhosa da imprensa nacional Hoje de manhã, no Bom Dia Brasil, mesmo diante da gravidade da situação, os 'apresentadores' em diálogo tentaram colocar a Petrobrás na agenda. E finalmente confessaram que alimentaram a notícia com informações totalmente provenientes de press release da empresa. Que vergonha!

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