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quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Propaganda, erotização infantil e violência sexual

INGLATERRA PROÍBE ANÚNCIO SEMI-SENSUAL DE PERFUME. JÁ NO BRASIL...


Por Alexandre Figueiredo

A Justiça britânica proibiu a veiculação da campanha publicitária do perfume Oh Lola, que traz a atriz norte-americana Dakota Fanning em pose semi-sensual, alegando que a pose é "apelativa demais".

Vendo no portal de Luís Nassif, a medida, se fosse feita no Brasil, seria reclamada pela velha grande mídia como "um atentado à liberdade de expressão".

Em que pese o zelo moral dos ingleses e o fato de Dakota - antes conhecida como a atriz mirim de Grande Menina, Pequena Mulher - ainda não ter completado 18 anos (que será em fevereiro próximo), a pose de Dakota ainda é bastante pueril se compararmos com o que o "maravilhoso funk carioca" faz e expõe para a criançada.

Isso se levarmos em conta também as barbaridades que o É O Tchan fazia, expondo uma quase pornografia com roupas "infantis" em cores de balas-confetes. Tudo isso abertamente exposto a menores de idade, ou mesmo divulgados nas escolas.

O episódio com Dakota Fanning traz um grande debate. Afinal, o que é apelativo demais, ou o que é menos apelativo? Vê-se Dakota com um olhar romântico, doce, e certamente a pose pode sugerir metáforas maldosas, mas sabe-se que nem de longe ela é vulgar ou grotesca. Talvez soasse até muito lasciva, para muitas pessoas.

No Brasil, as mulheres-frutas vão até para campanhas de Mc Lanche Feliz - o que, com as denúncias que são feitas pela Justiça contra a rede de lanchonetes, faz muito sentido - , mas fazem as professoras dormirem tranquilas porque vão vestidas de fadas-madrinhas eróticas a seduzir a criançada com seus glúteos do tamanho de dois balões de festa de aniversário postos lado a lado.

E o "funk carioca" faz toda uma discurseira para atingir todo e qualquer tipo de público, com o discurso malicioso dos dirigentes funqueiros - no fundo ávidos tão somente em lucro - garantindo que o estilo "não representa qualquer grosseria contra a infância".

Claro, em nome do lucro, se vê até bares vendendo cerveja para meninos e meninas de 12 anos. E o "funk carioca" empurra mulheres-frutas até para crianças, e elas não medem escrúpulos para fazer a dança da boquinha-da-garrafa - a dança que, no contexto funqueiro, é tida como "coreografia folclórica" - com os glúteos nas caras de nossos pequenos.

Já se viu desfiles de aluninhos de escolas particulares com o carro de som tocando os abomináveis sucessos do É O Tchan, enquanto a professora animadora falava em cidadania, em valorização da infância etc.

No "funk", que é o mesmo lero-lero do É O Tchan levado às derradeiras consequências, a intelectualidade etnocêntrica quer que ocorra a mesma coisa. Pouco importa se as "cachorras" vão aparecer de lingerie, vão pagar "cofrinho" ou ficar sem calcinha na frente de nossas crianças. Vale tudo. E, se alguém reclamar, leva a pecha de "preconceituoso", "invejoso" e "moralista".

E assim, no Brasil, baixarias piores são impostas, em nome da "liberdade de valores". Pouco se preocupa com a formação de nossos cidadãos, e até o Método Paulo Freire passaria, aos olhos da intelectualidade etnocêntrica, sob o rótulo de "preconceito moralista".

Por isso, quando se fala que o "funk carioca" fala a língua da velha grande mídia, ninguém gosta. Mas quem não gosta que se critique esse supra-sumo do estelionato cultural que atinge nosso país, é que faz "urubologia" de direita travestida de esquerdismo.

E tudo isso continua na mesma enquanto as classes populares são controladas pelos barões do entretenimento que controlam a pseudo-cultura do "deus mercado" atribuída tendenciosamente às periferias. Mas, quando as classes populares escaparem desse controle midiático, os funqueiros, tão "dóceis" e "simpáticos", vão mostrar seu reacionarismo latente.


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