O Lírio Verde ecoa denúncia do Tijolaço
Este senhor, Charles Buck, sabe há dez dias porque o petróleo vazou
A nossa grande imprensa “papou mosca”, de novo. E de novo em um assunto de imensa gravidade.
O presidente da Chevron no Brasil, Charles Buck, disse ontem à noite que a empresa foi culpada pelo vazamento, por não aplicar técnicas adequadas de cimentação do revestimento da coluna de perfuração .
A perfuração foi feita com uma cimentação insuficiente para proteger a rocha em torno dos tubos de revestimento do poço e o petróleo subiu por este espaço, infiltrando-se na rocha e subindo à superfície do solo oceânico.
A revelação está no portal Energia Hoje:
“O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, afirmou nesta sexta-feira (18/11) que a petroleira foi responsável pelo acidente que provocou o vazamento de óleo na última semana no campo de Frade, na Bacia de Campos. Segundo o executivo, a companhia subestimou a pressão do reservatório, provocando o acidente.
“É nossa culpa. Nós subestimamos a pressão do reservatório”, afirmou Buck. “O problema é que a pressão na formação foi maior do que a lama de perfuração poderia suportar. A modelagem do reservatório nos deu a informação incorreta sobre a pressão.”
O poço horizontal de avaliação foi perfurado em lâmina d´água de 1.211 m. O reservatório foi encontrado no dia 7, a 2.279 m de profundidade. Quando a broca perfurou a formação, houve um kick, levando o óleo para dentro do poço em alta pressão.
O poço estava revestido até os 567 m de profundidade. No caminho restante até o reservatório, a rocha tinha fendas, que levaram o óleo até à superfície.
Um dia depois, a Petrobras informou à Chevron que havia identificado uma mancha, confirmada na noite seguinte pela companhia norte-americana. A petroleira levou três dias para identificar o vazamento abaixo do revestimento e, no dia 13, fechar o poço com lama de perfuração de alta densidade. No dia 14, começou a cimentação.
De acordo com Buck, a fonte do vazamento foi fechada no último dia 17, com a cimentação de 350 m de poço. O executivo afirma que o óleo que ainda está chegando à superfície foi liberado antes dessa data.”
Ou seja, a Chevron cometeu erros técnicos básicos, conduzindo a perfuração por uma extensão grande demais antes de noca cimentação. E esse erro tem uma básica razão: redução de prazos e custos da operação.
Mas a Chevron cometeu outro erro, mais grave, imperdoável.
A narrativa do presidente da empresa mostra claramente que a Chevron sabia, desde o dia em que foram avistadas as manchas de óleo, a razão do vazamento.
Se é que não sabia antes, porque as manchas foram avistadas pelo pessoal da Petrobras e, aí, não dava mais para ter segredo.
Como não houve vazamento direto pela cabeça de poço, o que é evitado pelo equipamento chamado Blowout Preventer, pode – pode, insisto – ter havido a tentação de imaginar que o fluxo de óleo externo ao tudo fosse ficar retido pelas paredes de rocha e ou não alcançasse a superfície ou vazasse muito lentamente, sem grandes evidências.
Há um erro técnico que deve ser avaliado pelos peritos. Mas há um crime indiscutível de omissão de informações – com a indulgência da nossa mídia – , crime que é imperdoável, porque evidencia má-fé.
Este senhor, Charles Buck, sabe há dez dias porque o petróleo vazou
A nossa grande imprensa “papou mosca”, de novo. E de novo em um assunto de imensa gravidade.
O presidente da Chevron no Brasil, Charles Buck, disse ontem à noite que a empresa foi culpada pelo vazamento, por não aplicar técnicas adequadas de cimentação do revestimento da coluna de perfuração .
A perfuração foi feita com uma cimentação insuficiente para proteger a rocha em torno dos tubos de revestimento do poço e o petróleo subiu por este espaço, infiltrando-se na rocha e subindo à superfície do solo oceânico.
A revelação está no portal Energia Hoje:
“O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, afirmou nesta sexta-feira (18/11) que a petroleira foi responsável pelo acidente que provocou o vazamento de óleo na última semana no campo de Frade, na Bacia de Campos. Segundo o executivo, a companhia subestimou a pressão do reservatório, provocando o acidente.
“É nossa culpa. Nós subestimamos a pressão do reservatório”, afirmou Buck. “O problema é que a pressão na formação foi maior do que a lama de perfuração poderia suportar. A modelagem do reservatório nos deu a informação incorreta sobre a pressão.”
O poço horizontal de avaliação foi perfurado em lâmina d´água de 1.211 m. O reservatório foi encontrado no dia 7, a 2.279 m de profundidade. Quando a broca perfurou a formação, houve um kick, levando o óleo para dentro do poço em alta pressão.
O poço estava revestido até os 567 m de profundidade. No caminho restante até o reservatório, a rocha tinha fendas, que levaram o óleo até à superfície.
Um dia depois, a Petrobras informou à Chevron que havia identificado uma mancha, confirmada na noite seguinte pela companhia norte-americana. A petroleira levou três dias para identificar o vazamento abaixo do revestimento e, no dia 13, fechar o poço com lama de perfuração de alta densidade. No dia 14, começou a cimentação.
De acordo com Buck, a fonte do vazamento foi fechada no último dia 17, com a cimentação de 350 m de poço. O executivo afirma que o óleo que ainda está chegando à superfície foi liberado antes dessa data.”
Ou seja, a Chevron cometeu erros técnicos básicos, conduzindo a perfuração por uma extensão grande demais antes de noca cimentação. E esse erro tem uma básica razão: redução de prazos e custos da operação.
Mas a Chevron cometeu outro erro, mais grave, imperdoável.
A narrativa do presidente da empresa mostra claramente que a Chevron sabia, desde o dia em que foram avistadas as manchas de óleo, a razão do vazamento.
Se é que não sabia antes, porque as manchas foram avistadas pelo pessoal da Petrobras e, aí, não dava mais para ter segredo.
Como não houve vazamento direto pela cabeça de poço, o que é evitado pelo equipamento chamado Blowout Preventer, pode – pode, insisto – ter havido a tentação de imaginar que o fluxo de óleo externo ao tudo fosse ficar retido pelas paredes de rocha e ou não alcançasse a superfície ou vazasse muito lentamente, sem grandes evidências.
Há um erro técnico que deve ser avaliado pelos peritos. Mas há um crime indiscutível de omissão de informações – com a indulgência da nossa mídia – , crime que é imperdoável, porque evidencia má-fé.
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