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quarta-feira, 16 de maio de 2012

Crônica de um acidente anunciado

 
 
Antes que se lamente o acidente com as composições do metrô que deixaram dezenas de ferido na cidade de São Paulo, é preciso dizer, de pronto, porque o episódio ocorreu.

Entender suas causas significa impedir que venha ocorrer em futuro próximo, em proporções ainda mais grave.

Nenhuma análise do ocorrido pode deixar de partir da constatação óbvia que há excesso de usuários no metrô. Para atender à demanda intensa, o controle operacional faz com que o espaçamento entre os trens seja mínimo, o que aumenta o risco de panes e acidentes como o que se verificou.

De maneira inconsequente, a gestão Serra-Kassab na prefeitura de São Paulo alterou as rotas de ônibus urbanos na cidade transformando todas elas em rotas de curta extensão. A medida beneficia a um só tempo as empresas de ônibus e as empresas que exploram as linhas de metrô, uma delas privadas, a Via Amarela.

As mudanças levaram não só mais automóveis às ruas, aumentando o desconforto de motoristas e passageiros, com também entupiram as estações de metrô, principalmente aquelas que dão acesso à zona leste da cidade.

Há muito tempo, ao longo dos oito anos da gestão Serra-Kassab, a linha vermelha do metropolitano opera com superlotação e deveria ter sido duplicada. No entanto, ambições eleitorais levaram à opção por obras de importância questionável e que beneficiava exclusivamente automóveis, como a ampliação das marginais do rio Tietê que consumiram quase 4 bilhóes de reais, ou metade do que exigiria o reforço de linhas.

O acidente que ocorreu é apenas um anúncio do que ainda está por vir. Da mesmo forma que as sucessivas panes do sistema antecipavam um acidente com vítimas, a manutenção das alterações em linhas de ônibus que atende a cidade, prenunciam uma nova e mais grave ocorrência, desta vez com vítimas fatais. 
 
 
 

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