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sábado, 26 de maio de 2012

Gilmar denuncia, em Veja, pressão feita por Lula

Foto: Nelson Jr./SCO/STF
SEGUNDO A REVISTA, EX-PRESIDENTE TERIA TIDO ENCONTRO COM O MINISTRO DO STF E INSINUADO QUE CONTROLARIA OS RUMOS DA CPI DO CACHOEIRA; EM TROCA DO JULGAMENTO DO MENSALÃO, LULA TERIA PROMETIDO BLINDAR GILMAR MENDES NA COMISSÃO; O JUIZ VIAJOU A BERLIM ACOMPANHADO DO SENADOR DEMÓSTENES TORRES

26 de Maio de 2012 às 07:39

Brasil 247 – Na edição que chega às bancas neste fim de semana, a revista Veja publica uma nova denúncia contra o ex-presidente Lula, ancorada num depoimento do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. De acordo com a reportagem, assinada por Rodrigo Rangel e Otávio Cabral, Lula pressionou Gilmar a adiar a votação do processo do mensalão. Em troca, blindaria o ministro na CPI do caso Carlos Cachoeira.

Segundo o relato da revista, Lula e Gilmar se encontraram no dia 26 de abril no escritório do advogado e ex-ministro Nelson Jobim. O que deveria ser um encontro de cortesia teria se transformado num episódio de pressão explícita. “É inconveniente julgar esse processo agora”, teria dito Lula a Gilmar, reivindicando que o processo do mensalão fosse decidido apenas após as eleições municipais de 2012. Em seguida, diante da reação pouco amistosa de Gilmar, Lula teria passado um recado. “E a viagem a Berlim?” Gilmar Mendes fez uma viagem recente a Berlim, onde se encontrou com o senador Demóstenes Torres (sem partido/GO). Carlos Cachoeira também foi à capital alemã, na mesma data, mas não se sabe se houve encontros dele com o senador e o ministro do STF.

Gilmar se sentiu pressionado e relatou a conversa à revista Veja, a quem disse ter considerado indecoroso o comportamento do ex-presidente da República. “Fiquei perplexo com o comportamento e as insinuações despropositadas do presidente Lula”, disse ele à revista. Gilmar afirmou ainda que viaja com frequência a Berlim, onde fez seu doutorado e onde também mora sua filha. “Vou a Berlim como você vai a São Bernardo”, teria dito ele a Lula.

Anfitrião do encontro, Nelson Jobim colocou panos quentes. Disse que não ouviu tudo o que foi tratado no encontro e a que a conversa se deu em “tom amigável”. Fica, portanto, a palavra do ministro Gilmar Mendes contra a do ex-presidente Lula, que, procurado por Veja, não se pronunciou.


Comentário do Senhor C.:

- Uau, tem uma porção de gatos nesta tuba.
Vamos pensar? Ou melhor, vamos tentar identificar os gatos?
1) Começa que a revista 'óia' (ex-veja) é hoje um espectro esquálido que cheira mal. Suas denúncias estão sob forte suspeita de cumprirem finalidades insuspeitas e se armarem em torno de um mesmo esquema criminoso. E isto é fato!
2) Repare que, novamente, é o mesmo personagem a fonte da denúncia. Gilmar Mendes, além de ser o ex-ministro do STF aparece, direta e indiretamente ligado a situações bastante ambíguas, para dizer o mínimo. É o mesmo homem que denunciou, junto com Demóstenes Torres (quem?! hã?, pois é, exatamente outro nome emblemático) e por meio da mesma revista, de terem sido grampeados e gravados num áudio, que até  hoje ninguém ouviu ou revelou. Coisa estranha, não? Isso sem falar no diálogo esclarecedor que teve no plenário do Supremo com seu colega Joaquim Barbosa, em que este lhe exigiu respeito e que parasse de se referir a ele como aos seus 'capangas'. O porquê de ter usado este termo - bastante usual em se tratando de bandos e quadrilhas - cabe ao Joaquim esclarecer. 
3) Outro 'gato' estranhíssimo é a menção ao Senhor Jobim, ex-ministro de Lula (e sabemos lá porquê este o manteve no governo quando até as pedras do fundo do mar sabem de sua fidelidade quase canina ao José Serra) mas que nunca teve no governo de Lula e nem no da Dilma, até sua saída, um comportamento de que se pudesse dizer exemplar, vez que ofendeu seguidamente a presidenta, e constrangeu o ex-presidente em várias ocasiões.
4) Finalmente, o maior dos gatos para mim é a própria história. Pois embora possa soar plausível, guarda elementos bastante antagônicos, pois atribui a LULA um comportamento político que não condiz com a sua performance em todos estes anos. LULA pode ser um homem simples, ter origens humildes, ter sido um metalúrgico, mas na sua vida política, de líder sindical a presidente, não demonstrou em nenhuma ocasião ter comportamentos de parvo, idiota ou ser ingênuo a ponto de não distinguir seus adversários políticos, a ponto de cair na tentação de propor um acordo desses. O gato, sobretudo é gato, porque a revista monta um quadro ficcional que parece fazer sentido, pelo menos, aos leitores desavisados. Aquele tipo de leitor que acredita em tudo que lê, sem qualquer rasgo de pensamento crítico. 
Por isso, volto a recomendar: Veja (ou melhor, o semanário óia) é uma publicação que não deveria ser lida, pelo menos deveria ser escondida dos avós e dos netinhos. Porque se especializou a contar histórias como se fossem fatos, mas não apresenta provas nem evidências do que diz, e na semana seguinte, já lança uma capa assexuada, provavelmente tratando de algum tema como saúde e beleza) para deixar  seus leitores o tempo inteiro numa espécie de transe hipnótico ou anestesia mental.
A história, porém, é uma deusa implacável. No seu panteão, já sabemos qual será o lugar destinado a figuras como Gilmar Mendes, Nélson Jobim (quem??Onde anda o cara, alguém sabe?Sumiu ou está refugiado em alguma caverna do esquecimento?), Demóstenes Torres e as revistas semanais como "Veja, mas não leia"?
E o lugar de LULA na história e no coração do povo brasileiro? 







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