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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Vazamentos, mídia e indignação

Ecoando nota do Tijolaço.com:

A Chevron-Texaco é uma empresa sem rosto?



Passou-se uma semana do início do vazamento de petróleo no poço da Chevron-Texaco no Campo do Frade, ao largo da Bacia de Campos.

A ANP estima que estejam vazando entre 200 e 330 barris por dia. Não é mais um pequeno vazamento: isto representa entre 32 mil e 52 mil litros diários.

Até agora, e no primeiro dia, só a assessora de imprensa da Chevron-|Texaco falou – e besteira – no primeiro dia, dizendo que era um acidente natural.

Pode procurar nos jornais e nos sites: nenhum diretor da empresa deu entrevista. A empresa só fala por comunicados, fiel e inquestionadamente reproduzido pelos jornais.

Quem é o presidente ou diretor responsável pela Chevron? O que ele tem a dizer? Só a muito custo se descobre que é o senhor Charles Buck, subordinado ao sr. Ali Moshiri, presidente da empresa para a África e América Latina.

A Chevron é uma empresa fantasma, sem rosto, sem voz, sem seres humanos. Tinha capacidade técnica para perfurar o pré-sal, como provavelmente estava fazendo?

Suas informações são repetidas sem qualquer aprofundamento ou dúvida.

É o oráculo de Houston falando aos pobres tupiniquins, incapazes de formular uma única pergunta.

Embora, é claro, tenham ido perguntar sobre o vazamento à Petrobras, sócia minoritária e sem poder operacional sobre o campo.

Não há uma ONG, um ambientalista, ninguém protestando, ninguém – além da Presidenta Dilma – exigindo apruação completa do acidente.

O vazamento vai ser tampado com press-releases?

Comentário do Senhor C.:

 - Imagino que ainda tem mais coisas. A se confirmar a suspeita de que a emprega sem rosto estava perfurando no pré-sal sem ter condições técnicas de faze-lo, e com este vazamento, logo, logo, as vivandeiras ecológicas de plantão, aproveitando a famosa ética de conveniência e cinismo de ocasião, não tardarão em divulgar matérias e entrevistas especialistas, alertando para os perigos da exploração de petróleo em águas profundas. Provavelmente invocarão o fantasma andante da ecologia para apregoar um convite ao bom-senso de que a riqueza do pré-sal deve ser deixada como está. E o Brasil, este gigante verde ecologiamente correto deve renunciar a esta riqueza em nome da salvação da humanidade. Discursinho hipócrita e superficialmente ecológico, que mal disfarça os notórios engajamentos com a política de continuar adormecendo um país e sua gente. Explorar petróleo é um negócio que envolve riscos, e decerto os há em maior número quando em águas profundas. Mas o bom debate deveria se dar em torno das garantias técnicas e competências operacionais de segurança em que a Petrobrás vem investindo. Senão, estaremos assistindo a mais uma farsa como a que a mídia difundiu no vazamento do Golfo do México, quando mais uma vez a emprega irresponsável, a British Petroleum foi tornada sem rosto e teve seu nome encolhido a anódina sigla BP, E se tivesse sido a Petrobrás?

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