Ophir Cavalcanti, atual presidente da OAB e prima-dona do espetáculo midiático com que se difunde a atual ética de conveniência que impera em setores da vida nacional, é sério candidato ao selo Sandra Anenberg de deselegância na categoria Honestidade de aparências. O problema, no caso, não parece estar tanto no gozo de licença remunerada - desde que haja previsão legal (embora 13 anos seja moralmente reprovável) mas no fato de que a figura pública do senhor Ophir não tenha hesitado em aparecer em vários veículos da mídia nacional cobrando ética e exigindo duras providências contra a corrupção denunciada semanalmente na imprensa. Enquanto isso, o lídimo senhor exercia sua banca privada, ocultando do excelso público que gozava de benesses da viúva (no caso, o estado do Pará) enquanto continuava a auferir honorários com a atividade privada.
Elvira Lobato, Folha de S.Paulo
Ação pede retorno de licença remunerada paga pelo Pará por 13 anos
O presidente nacional da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ophir Filgueiras Cavalcante Júnior, é acusado de receber licença remunerada indevida de R$ 20 mil mensais do Estado do Pará.
A ação civil pública foi proposta na semana passada por dois advogados paraenses em meio a uma crise entre a OAB nacional e a seccional do Pará, que está sob intervenção.
Um dos autores da ação, Eduardo Imbiriba de Castro, é conselheiro da seccional. Segundo os acusadores, Ophir Cavalcante, que é paraense, está em licença remunerada do Estado há 13 anos -o que não seria permitido pela legislação estadual-, mas advoga para clientes privados e empresas estatais.
Eles querem que Cavalcante devolva ao Estado os benefícios acumulados, que somariam cerca de R$ 1,5 milhão. Cavalcante é procurador do Estado do Pará.
De acordo com os autores da ação, ele tirou a primeira licença remunerada em fevereiro de 1998 para ser vice-presidente da OAB-PA.
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