Como o Google Nos Domina - I
James Gleick, no New York Review of Books
Alain de Botton, filósofo, escritor e agora aforista online, escreve no Twitter:
“A conclusão lógica de nossa relação com computadores: buscar ‘qual é o sentido da minha vida’ no Google, esperando por uma resposta.”
Você pode fazer isso, é claro. Escrever “o que é” e mais rápido do que você consiga digitar “um” ou “uma”, o Google está oferecendo uma série de escolhas para você: o que é uma nuvem? o que é um significado? o que é um sonho americano? O que é um illuminati? O Google está tentando ler sua mente. Só que não é sua mente. É o Cérebro do Mundo. E seja lá o que ele for, sabemos que uma empresa de doze anos de idade, com sede em Mountain View, Califórnia, está conectada a ele como ninguém.
O Google é o lugar aonde vamos para encontrar respostas. Antes, as pessoas buscavam por elas de outra maneira ou, mais provavelmente, conformavam-se em não saber. Hoje em dia, você não pode ter uma discussão na mesa de jantar sobre “que atriz ganhou o Oscar interpretando uma atriz que não ganhava o Oscar no filme do Neil Simon”, porque a qualquer momento alguém vai puxar um dispositivo de bolso e fazer uma busca no Google (1).
Se você precisasse saber o significado da palavra “pitoresco” para a História da Arte, você poderia encontrá-lo em O Livro de Respostas, compilado há duas décadas pelo setor de referências da New York Public Library [Biblioteca Pública de Nova York] – mas você não vai. Parte da missão do Google é tornar os “livros de respostas” inúteis (e os bibliotecários de referência, também). “Hamadríade é uma ninfa, uma cobra venenosa na Índia, ou um babuíno do Norte da África”, diz o narrador do romance The Infinities, de John Banville, de 2009, “É preciso um deus para saber uma coisa dessas.” Não mais.
A busca por fatos tem sido um importante elemento na engrenagem do conhecimento humano, e essa tecnologia acaba de saltar de uma liga elástica para um reator nuclear. Não é de se admirar que exista alguma confusão sobre o papel exato do Google nisso – juntamente com o medo crescente de seu poder e suas intenções.
Para dizer a verdade, na maioria das vezes, o Google não tem as respostas. Quando as pessoas dizem: “Eu dei uma olhada no Google”, elas estão cometendo um solecismo. Quando elas tentam apagar as suas histórias pessoais embaraçosas “no Google”, estão batendo na porta errada. Raramente é correto dizer que algo está certo “segundo o Google”. O Google é o oráculo do redirecionamento. Vá até lá buscar por “hamadríade”, e ele vai te apontar a Wikipédia, ou o Dicionário Online Grátis, ou o site oficial do Hamadryad (é uma banda de rock, também, veja só!).
O Google define sua missão como “organizar a informação do mundo”, e não possuí-la ou acumulá-la. Por outro lado, uma parcela substancial dos livros impressos do mundo já foram copiados para os servidores da empresa, onde dividem espaço com milhões de horas de vídeo e imagens do mundo inteiro, em diferentes níveis de detalhamento, obtidas a partir de satélites e de esquadrões móveis de câmeras de rua. Para não mencionar o grande e crescente tesouro de informações que o Google possui sobre os interesses e comportamento de, aproximadamente, todo mundo.
Quando eu digo que o Google “possui” todas essas informações, não quero dizer que ele seja dono delas. O significado de “ser dono de informação” é algo muito volátil.
Em mais ou menos uma década, o Google tornou-se uma marca global maior do que a Coca-Cola ou a General Electric; ele gerou riqueza mais rapidamente do que qualquer outra empresa na história; ele domina a economia da informação. Como isso aconteceu? Aconteceu mais ou menos à vista de todos.
O Google tem muitos segredos, mas os principais ingredientes do seu sucesso não são um segredo de maneira alguma, e a história desse negócio já forneceu munição para dezenas de livros. O novo livro de Steven Levy, “In the Plex”, é a obra de maior autoridade – e por vezes também a mais interessante – sobre o assunto até a data.
Por quase trinta anos, Levy tem escrito sobre computadores pessoais para a Newsweek e a Wired, publicou seis livros sobre o tema, e tem visitado a sede do Google periodicamente desde 1999, conversando com seus fundadores, Larry Page e Sergey Brin, e observando a empresa a partir do seu interior – tanto quanto foi possível para um jornalista. Ele foi capaz de registrar algumas conversas bastante provocativas, se ao menos ligeiramente conscientes, como esta, em 2004, sobre as expectativas dos fundadores do Google em relação a sua criação:
“Ele será colocado no cérebro das pessoas”, disse Page. “Quando você pensar em algo e realmente não souber muito sobre isso, você irá receber informações automaticamente.”
“É verdade”, disse Brin. “Em última análise, vejo o Google como uma maneira de aumentar o seu cérebro com o conhecimento do mundo. Agora você vai para o seu computador e digita uma frase, mas você pode supor que isso será mais fácil no futuro. Você só precisa ter um dispositivo de voz, ou computadores que prestam atenção ao que está acontecendo ao seu redor…”
… Page disse: “Eventualmente, você vai ter o implante, e se você pensar sobre um fato, ele vai prontamente lhe dizer a resposta”
Em 2004, o Google ainda era uma empresa privada, com cinco anos de idade, que já valia 25 bilhões de dólares e concentrava cerca de 85 por cento das buscas na internet. Sua única e grande inovação foi o algoritmo chamado PageRank, desenvolvido por Page e Brin quando eram estudantes de pós-graduação de Stanford, e realizavam seu projeto de pesquisa a partir do computador de um quarto de dormitório. O problema era que, até então, a maioria das pesquisas na internet produziam listas inúteis de resultados de baixa qualidade. A solução foi uma idéia simples: colher o conhecimento implícito já incorporado na arquitetura da World Wide Web, organicamente em evolução.
A essência da Web é estabelecer links entre as “páginas” individuais de sites. Cada link representa uma recomendação, um voto de interesse, ou mesmo de qualidade. Assim, o algoritmo atribui uma classificação [rank] para cada página, dependendo de quantas outras páginas oferecem um link para ela. Além disso, os links não são todos avaliados da mesma maneira. A recomendação vale mais quando se trata de uma página que tem uma alta classificação, ela mesma. A matemática por trás do PageRank não é simples – ele é uma distribuição de probabilidade, e o cálculo é recursivo: a classificação de cada página depende da classificação de outras páginas que depende… e assim por diante. Page e Brin patentearam PageRank e publicaram seus detalhes, mesmo antes de criar a empresa que chamaram ‘Google’.
A maioria das pessoas já se esqueceu de quão “escura e mal-sinalizada” a Internet já foi. Um usuário em 1996 – quando a Web era composta por centenas de milhares de “sites” com milhões de “páginas” – não esperava fazer uma simples busca por “Olimpíadas” e localizar automaticamente o site oficial dos jogos de Atlanta. Tratava-se de um problema muito difícil. E que resultado podia-se esperar da busca por uma palavra como “universidade”? O AltaVista (principal mecanismo de busca de então), oferecia uma lista aparentemente desordenada de instituições acadêmicas, encabeçada pelo Oregon Center for Optics.
Levy relata uma conversa entre Page e um engenheiro do AltaVista, que explicou que seu sistema de pontuação aumentava a classificação de uma página se “universidade” aparecesse várias vezes no título. O AltaVista parecia não se preocupar com o fato de que Oregon não fosse considerada uma grande universidade. A maneira convencional de classificar universidades seria consultar os peritos e avaliar as medidas de qualidade: os índices de pós-graduação, de retenção, os resultados de avaliações. A estratégia do Google foi a confiar na Web e seus inúmeros links, para melhor e para pior.
O PageRank é uma daquelas idéias que parecem óbvias depois que ficamos sabendo delas. Mas o negócio de buscas na Internet, jovem como era, tinha caído em algumas preceitos bastante ortodoxos. A principal tarefa de um mecanismo de busca parecia ser a compilação de um índice. Naturalmente, as pessoas pensavam nas tecnologias existentes usadas para organizar a informação do mundo, que podiam ser vistas nos dicionários e enciclopédias. Elas podiam ver que ordem alfabética estava prestes a tornar-se menos importante, mas demoraram a perceber o quão dinâmico e incompreensível era seu alvo, a Internet. Mesmo depois de Page e Brin acenderam a luz, a maioria das empresas continuou a usar vendas nos olhos.
A Internet havia entrado em sua primeira fase explosiva, expandiu e depois retraiu-se para dar novos e ambiciosos passos. Uma coisa que todos sabiam era que a maneira de fazer dinheiro era atrair e reter os usuários. A palavra-chave era “portal” – o ponto de partida do usuário, como Excite, Go.com e Yahoo – e os portais não conseguiriam ganhar dinheiro incentivando seus clientes a navegar pelo resto da Internet. “Retenção”, como diz Levy, “foi a qualidade mais desejada em sites na época.” Portais não queriam que suas funções de pesquisa fossem boas demais. Isso pode soar estúpido, mas como é que o Google pretendia ganhar dinheiro sem cobrar nada dos usuários? Sua interface de usuário no início era simples, minimalista, e enfatizava não ter qualquer publicidade – não havia nada senão uma caixa para que o usuário digitasse uma consulta, seguida por dois botões, um para produzir uma lista de resultados, e outro com a famosa e audaciosa frase “eu estou com sorte”.
Nota da tradução:
(1) “Google”, em inglês, tem sido utilizado como um verbo: “to Google”.
James Gleick, no New York Review of Books
Alain de Botton, filósofo, escritor e agora aforista online, escreve no Twitter:
“A conclusão lógica de nossa relação com computadores: buscar ‘qual é o sentido da minha vida’ no Google, esperando por uma resposta.”
Você pode fazer isso, é claro. Escrever “o que é” e mais rápido do que você consiga digitar “um” ou “uma”, o Google está oferecendo uma série de escolhas para você: o que é uma nuvem? o que é um significado? o que é um sonho americano? O que é um illuminati? O Google está tentando ler sua mente. Só que não é sua mente. É o Cérebro do Mundo. E seja lá o que ele for, sabemos que uma empresa de doze anos de idade, com sede em Mountain View, Califórnia, está conectada a ele como ninguém.
O Google é o lugar aonde vamos para encontrar respostas. Antes, as pessoas buscavam por elas de outra maneira ou, mais provavelmente, conformavam-se em não saber. Hoje em dia, você não pode ter uma discussão na mesa de jantar sobre “que atriz ganhou o Oscar interpretando uma atriz que não ganhava o Oscar no filme do Neil Simon”, porque a qualquer momento alguém vai puxar um dispositivo de bolso e fazer uma busca no Google (1).
Se você precisasse saber o significado da palavra “pitoresco” para a História da Arte, você poderia encontrá-lo em O Livro de Respostas, compilado há duas décadas pelo setor de referências da New York Public Library [Biblioteca Pública de Nova York] – mas você não vai. Parte da missão do Google é tornar os “livros de respostas” inúteis (e os bibliotecários de referência, também). “Hamadríade é uma ninfa, uma cobra venenosa na Índia, ou um babuíno do Norte da África”, diz o narrador do romance The Infinities, de John Banville, de 2009, “É preciso um deus para saber uma coisa dessas.” Não mais.
A busca por fatos tem sido um importante elemento na engrenagem do conhecimento humano, e essa tecnologia acaba de saltar de uma liga elástica para um reator nuclear. Não é de se admirar que exista alguma confusão sobre o papel exato do Google nisso – juntamente com o medo crescente de seu poder e suas intenções.
Para dizer a verdade, na maioria das vezes, o Google não tem as respostas. Quando as pessoas dizem: “Eu dei uma olhada no Google”, elas estão cometendo um solecismo. Quando elas tentam apagar as suas histórias pessoais embaraçosas “no Google”, estão batendo na porta errada. Raramente é correto dizer que algo está certo “segundo o Google”. O Google é o oráculo do redirecionamento. Vá até lá buscar por “hamadríade”, e ele vai te apontar a Wikipédia, ou o Dicionário Online Grátis, ou o site oficial do Hamadryad (é uma banda de rock, também, veja só!).
O Google define sua missão como “organizar a informação do mundo”, e não possuí-la ou acumulá-la. Por outro lado, uma parcela substancial dos livros impressos do mundo já foram copiados para os servidores da empresa, onde dividem espaço com milhões de horas de vídeo e imagens do mundo inteiro, em diferentes níveis de detalhamento, obtidas a partir de satélites e de esquadrões móveis de câmeras de rua. Para não mencionar o grande e crescente tesouro de informações que o Google possui sobre os interesses e comportamento de, aproximadamente, todo mundo.
Quando eu digo que o Google “possui” todas essas informações, não quero dizer que ele seja dono delas. O significado de “ser dono de informação” é algo muito volátil.
Em mais ou menos uma década, o Google tornou-se uma marca global maior do que a Coca-Cola ou a General Electric; ele gerou riqueza mais rapidamente do que qualquer outra empresa na história; ele domina a economia da informação. Como isso aconteceu? Aconteceu mais ou menos à vista de todos.
O Google tem muitos segredos, mas os principais ingredientes do seu sucesso não são um segredo de maneira alguma, e a história desse negócio já forneceu munição para dezenas de livros. O novo livro de Steven Levy, “In the Plex”, é a obra de maior autoridade – e por vezes também a mais interessante – sobre o assunto até a data.
Por quase trinta anos, Levy tem escrito sobre computadores pessoais para a Newsweek e a Wired, publicou seis livros sobre o tema, e tem visitado a sede do Google periodicamente desde 1999, conversando com seus fundadores, Larry Page e Sergey Brin, e observando a empresa a partir do seu interior – tanto quanto foi possível para um jornalista. Ele foi capaz de registrar algumas conversas bastante provocativas, se ao menos ligeiramente conscientes, como esta, em 2004, sobre as expectativas dos fundadores do Google em relação a sua criação:
“Ele será colocado no cérebro das pessoas”, disse Page. “Quando você pensar em algo e realmente não souber muito sobre isso, você irá receber informações automaticamente.”
“É verdade”, disse Brin. “Em última análise, vejo o Google como uma maneira de aumentar o seu cérebro com o conhecimento do mundo. Agora você vai para o seu computador e digita uma frase, mas você pode supor que isso será mais fácil no futuro. Você só precisa ter um dispositivo de voz, ou computadores que prestam atenção ao que está acontecendo ao seu redor…”
… Page disse: “Eventualmente, você vai ter o implante, e se você pensar sobre um fato, ele vai prontamente lhe dizer a resposta”
Em 2004, o Google ainda era uma empresa privada, com cinco anos de idade, que já valia 25 bilhões de dólares e concentrava cerca de 85 por cento das buscas na internet. Sua única e grande inovação foi o algoritmo chamado PageRank, desenvolvido por Page e Brin quando eram estudantes de pós-graduação de Stanford, e realizavam seu projeto de pesquisa a partir do computador de um quarto de dormitório. O problema era que, até então, a maioria das pesquisas na internet produziam listas inúteis de resultados de baixa qualidade. A solução foi uma idéia simples: colher o conhecimento implícito já incorporado na arquitetura da World Wide Web, organicamente em evolução.
A essência da Web é estabelecer links entre as “páginas” individuais de sites. Cada link representa uma recomendação, um voto de interesse, ou mesmo de qualidade. Assim, o algoritmo atribui uma classificação [rank] para cada página, dependendo de quantas outras páginas oferecem um link para ela. Além disso, os links não são todos avaliados da mesma maneira. A recomendação vale mais quando se trata de uma página que tem uma alta classificação, ela mesma. A matemática por trás do PageRank não é simples – ele é uma distribuição de probabilidade, e o cálculo é recursivo: a classificação de cada página depende da classificação de outras páginas que depende… e assim por diante. Page e Brin patentearam PageRank e publicaram seus detalhes, mesmo antes de criar a empresa que chamaram ‘Google’.
A maioria das pessoas já se esqueceu de quão “escura e mal-sinalizada” a Internet já foi. Um usuário em 1996 – quando a Web era composta por centenas de milhares de “sites” com milhões de “páginas” – não esperava fazer uma simples busca por “Olimpíadas” e localizar automaticamente o site oficial dos jogos de Atlanta. Tratava-se de um problema muito difícil. E que resultado podia-se esperar da busca por uma palavra como “universidade”? O AltaVista (principal mecanismo de busca de então), oferecia uma lista aparentemente desordenada de instituições acadêmicas, encabeçada pelo Oregon Center for Optics.
Levy relata uma conversa entre Page e um engenheiro do AltaVista, que explicou que seu sistema de pontuação aumentava a classificação de uma página se “universidade” aparecesse várias vezes no título. O AltaVista parecia não se preocupar com o fato de que Oregon não fosse considerada uma grande universidade. A maneira convencional de classificar universidades seria consultar os peritos e avaliar as medidas de qualidade: os índices de pós-graduação, de retenção, os resultados de avaliações. A estratégia do Google foi a confiar na Web e seus inúmeros links, para melhor e para pior.
O PageRank é uma daquelas idéias que parecem óbvias depois que ficamos sabendo delas. Mas o negócio de buscas na Internet, jovem como era, tinha caído em algumas preceitos bastante ortodoxos. A principal tarefa de um mecanismo de busca parecia ser a compilação de um índice. Naturalmente, as pessoas pensavam nas tecnologias existentes usadas para organizar a informação do mundo, que podiam ser vistas nos dicionários e enciclopédias. Elas podiam ver que ordem alfabética estava prestes a tornar-se menos importante, mas demoraram a perceber o quão dinâmico e incompreensível era seu alvo, a Internet. Mesmo depois de Page e Brin acenderam a luz, a maioria das empresas continuou a usar vendas nos olhos.
A Internet havia entrado em sua primeira fase explosiva, expandiu e depois retraiu-se para dar novos e ambiciosos passos. Uma coisa que todos sabiam era que a maneira de fazer dinheiro era atrair e reter os usuários. A palavra-chave era “portal” – o ponto de partida do usuário, como Excite, Go.com e Yahoo – e os portais não conseguiriam ganhar dinheiro incentivando seus clientes a navegar pelo resto da Internet. “Retenção”, como diz Levy, “foi a qualidade mais desejada em sites na época.” Portais não queriam que suas funções de pesquisa fossem boas demais. Isso pode soar estúpido, mas como é que o Google pretendia ganhar dinheiro sem cobrar nada dos usuários? Sua interface de usuário no início era simples, minimalista, e enfatizava não ter qualquer publicidade – não havia nada senão uma caixa para que o usuário digitasse uma consulta, seguida por dois botões, um para produzir uma lista de resultados, e outro com a famosa e audaciosa frase “eu estou com sorte”.
Nota da tradução:
(1) “Google”, em inglês, tem sido utilizado como um verbo: “to Google”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.