Publicado em 1 de dezembro de 2011 por Antonio Martins
No acordo dos bancos centrais para evitar pânico financeiro, mais um sinal da hipocrisia por trás dos “planos de austeridade”
Depois de semanas de baixas e tensão permanente, as principais bolsas de valores do mundo viveram, ontem, uma euforia fugaz. Alguns dos principais bancos centrais do mundo (EUA, Europa, Japão, Inglaterra, Suíça e Canadá) anunciaram um acordo raro, que permitirá transferirem sem formalidades, entre si, imensos volumes de dinheiro.
A medida destina-se a afastar uma ameça que assombra a oligarquia financeira mundial: a quebra de um grande banco europeu poderia desencadear perdas em cadeia, provocando novas falências e espalhando pânico no sistema. A intervenção evitará o pesadelo por apenas alguns dias, como se verá adiante. Mas puxa o fio de uma meada. Torna possível examinar alguns aspectos da crise que permanecem ocultos, em grande medida por cumplicidade dos grandes grupos de mídia.
O primeiro: quando se trata de evitar que os bancos sofram perdas, o discurso em favor da “austeridade das contas públicas” é rapidamente esquecido. Ontem, em meio ao anúncio do acordo inter-BCs, revelou-se que o Banco Central Europeu (BCE) emprestou, só nas últimas semanas, 265,5 bilhões de euros às instituições financeiras. É mais do que o dobro do valor oferecido (€ 109 bi) para o “resgate” da Grécia.
Para receber os recursos, os gregos foram submetidos a redução de direitos sociais, desmonte dos serviços públicos, rebaixamento de salários e privatizações em massa. Os recursos são liberados em pequenas prestações de € 11 bilhões, para que seja possível verificar o cumprimento das exigências ou mesmo ampliá-las. Já os bancos e seus dirigentes estão dispensados tanto de sacrifícios quanto de oferecer certeza de pagamento. Também ontem, antecipou-se que, em 8 de dezembro, o BCE decidiráampliar o prazo dos empréstimos e o leque de títulos que receberá dos bancos, como garantia. “Ou seja, aceitar títulos pior qualidade e maior risco”, admitiu hoje o jornal Valor Econômico.
Mesmo assim, os desequilíbrios do sistema financeiro o mantêm sob ameça. A medida de ontem era necessária porque, embora fartamente abastecidos de euros, alguns bancos europeus estão encontrando dificuldades também para saldar suas dívidas emdólares. Graças ao novo arranjo, receberão a moeda norte-americana das mãos prestimosas do BCE.
Depois de semanas de baixas e tensão permanente, as principais bolsas de valores do mundo viveram, ontem, uma euforia fugaz. Alguns dos principais bancos centrais do mundo (EUA, Europa, Japão, Inglaterra, Suíça e Canadá) anunciaram um acordo raro, que permitirá transferirem sem formalidades, entre si, imensos volumes de dinheiro.
A medida destina-se a afastar uma ameça que assombra a oligarquia financeira mundial: a quebra de um grande banco europeu poderia desencadear perdas em cadeia, provocando novas falências e espalhando pânico no sistema. A intervenção evitará o pesadelo por apenas alguns dias, como se verá adiante. Mas puxa o fio de uma meada. Torna possível examinar alguns aspectos da crise que permanecem ocultos, em grande medida por cumplicidade dos grandes grupos de mídia.
O primeiro: quando se trata de evitar que os bancos sofram perdas, o discurso em favor da “austeridade das contas públicas” é rapidamente esquecido. Ontem, em meio ao anúncio do acordo inter-BCs, revelou-se que o Banco Central Europeu (BCE) emprestou, só nas últimas semanas, 265,5 bilhões de euros às instituições financeiras. É mais do que o dobro do valor oferecido (€ 109 bi) para o “resgate” da Grécia.
Para receber os recursos, os gregos foram submetidos a redução de direitos sociais, desmonte dos serviços públicos, rebaixamento de salários e privatizações em massa. Os recursos são liberados em pequenas prestações de € 11 bilhões, para que seja possível verificar o cumprimento das exigências ou mesmo ampliá-las. Já os bancos e seus dirigentes estão dispensados tanto de sacrifícios quanto de oferecer certeza de pagamento. Também ontem, antecipou-se que, em 8 de dezembro, o BCE decidiráampliar o prazo dos empréstimos e o leque de títulos que receberá dos bancos, como garantia. “Ou seja, aceitar títulos pior qualidade e maior risco”, admitiu hoje o jornal Valor Econômico.
Mesmo assim, os desequilíbrios do sistema financeiro o mantêm sob ameça. A medida de ontem era necessária porque, embora fartamente abastecidos de euros, alguns bancos europeus estão encontrando dificuldades também para saldar suas dívidas emdólares. Graças ao novo arranjo, receberão a moeda norte-americana das mãos prestimosas do BCE.
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