O atendimento público à saúde é a área do governo que sofre as maiores críticas da população: 67% dos entrevistados pela pesquisa da CNI/Ibope, divulgada esta semana, reprovam o atendimento do setor.
O número é particularmente destoante comparado ao salto de 51% para 56% no apoio geral ao governo Dilma.
Mas sobretudo destoa constatar que nos dias que antecederam a pesquisa, o Senado brasileiro --com apoio da bancada do governo-- rejeitou, a exemplo do que já fizera a Câmara, a criação de um imposto sobre transações financeiras --de insignificantes 0,01%-- para reforçar o orçamento notoriamente deficitário da saúde pública.
Diz algo sobre o esgotamento da democracia representativa que 67% da população aponte uma emergência e que seus supostos representantes a ignorem.
Em 2007, derrotada nas urnas presidenciais no ano anterior, a coalizão demotucana, com intensa vocalização de seu dispositivo midiático, extinguiu a CPMF subtraindo R$ 40 bi à saúde.
O Brasil investe no setor uma proporção do PIB três vezes inferior à da França.
(Carta Maior; Sábado; 17/12/ 2011)
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