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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Na mesma praça, no mesmo banco…USP









O autoritarismo do reitor João Grandino Rodas e a surdez da mídia para as reivindicações estudantis viram piada no vídeo “A USP é Nossa”

A política não precisa ser chata — e a política universitária menos ainda. Para driblar os discursos exaltados e as palavras de ordem, que costumam causar ojeriza em muita gente, um grupo de estudantes da Universidade de São Paulo resolveu lançar mão do humor. Assim, produziram A USP É Nossa, um vídeo curtinho, com menos de quatro minutos, que se baseia no clássico do SBT para criticar o autoritarismo do reitor João Grandino Rodas e a maneira como os meios de comunicação tradicionais manipulam as exigências do Movimento Estudantil.

“Muitas pessoas já lançaram mão de piadas para falar de política, e com bastante êxito. Acreditamos que o humor e o entretenimento podem ser muito eficazes para transmitir uma mensagem, fazer com que as pessoas pensem e saiam da anestesia em que se encontram”, diz Murilo Alvesso, estudante da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP e um dos idealizadores do vídeo. Murilo conta que A USP É Nossa é uma iniciativa coletiva dos alunos do curso de Audiovisual. Em greve desde a desocupação da Reitoria pela tropa de choque, o grupo tem discutido estratégias de ação política para fortalecer o movimento grevista e dialogar com a sociedade. Daí surgiu a ideia de reunir alguns atores, um par de câmeras e levar tudo pra uma das muitas áreas verdes da Cidade Universitária, na Zona Oeste de São Paulo. O resultado está disponível no YouTube.

No vídeo, Rodas e um estudante aparecem sentados num banco de praça. Assim como Carlos Alberto de Nóbrega no programa do SBT, o reitor está lendo uma revista — e se irrita quando o estudante diz que quer a PM fora do campus e uma política de segurança estruturada. Rodas ameaça chamar a força policial para dar uma “aula de democracia” no aluno impertinente quando entra em cena a Dona Mídia, paródia da Velha Surda. Daí podemos imaginar a desinformação que será veiculada pelos jornais do dia seguinte, pois a distinguida senhora não consegue escutar direito o que o estudante está dizendo. Aliás, em A USP É Nossa, Rodas e Dona Mídia trocam afagos como grandes amigos.

“Já que não temos o alcance do Datena ou da Globo, queremos contar nossa versão da história utilizando a internet”, diz Murilo, para quem os grandes meios de comunicação foram tendenciosos na cobertura da desocupação da Reitoria, reduzindo as exigências do Movimento Estudantil a uma questão trivial entre a proibição de fumar maconha no campus e a suposta articulação dos manifestantes com traficantes de drogas dos arredores. “Nossas reivindicações foram distorcidas. Por isso é que estamos buscando novas maneiras de transmitir nossas ideias.”


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