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quinta-feira, 2 de junho de 2011

Fragmentos dos diários perdidos do Senhor C.

Outro dia, recebi de um jovem poeta, a seguinte mensagem:



A LEI DO SILÊNCIO




Nada é possível se permanecemos calados?

Como ficar entregues a pensamentos inomináveis?

É difícil se imaginar assim quietos no meio do som?!

Quem diria?

No meio do som estamos sempre indo embora

Preenchidos e invadidos pela melodia que ocupa tudo

tímpanos, cérebro, nossa alma, nós, em desatino andante

Os automóveis nas ruas atropelam notícias

E nem se importam com o que possa ter sobrado

Mas se pudessem sentir e contar, diriam:

(sabem todos os que preferem o entorpecimento dos sentidos

que as máquinas parecem proporcionar)

- Viva o ronco, viva o ruído,

viva o ensurdecedor barulho de todas as vozes

Que nada dizem e se atravancam ao tentar

o mergulho coletivo no vale profundo

Que sempre começa quando se escolhe calar!


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