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sábado, 11 de junho de 2011

Muito além de um poema VI

O CISNE NEGRO



Sobre a água impura e ruim do sórdido palude,
Buscando, sempre só, a sombra do arvoredo,
Covarde, a se ocultar, cheio de assombro e medo,
o cisne negro nada, em lúgubre atitude.

Durante o dia veste a negra capa rude,
fantástica e fatal do seu destino trêdo,
e - irmão da noite - a lua, aguarda-a, em seu degredo,
a ver se ela lhe traz conforto à solitude.

Carrega, assim, consigo, essa expressão nefasta
do contraste que existe em toda a natureza,
deste a serenidade ao túrbido ciclone.

Aquele cisne branco, em tudo ele contrasta,
e sem querer, na morte, em seu canto há beleza;
- parece a alma da noite completamente insone.


Silvino Olavo


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