Já que falamos de pernambucanos arretados, apresento Lula Cortes, que nos anos 70 produziu com Zé Ramalho - um paraibano também arretado - um álbum chamado Paêbirú, do qual esta faixa é integrante. A música se chama Nas paredes da pedra encantada e é um dos melhores espécimes que a psicodelia brasileira produziu na época. Pura viagem de som, criatividade e sensibilidade! Pura poesia!
Apreciem mais este biscoito fino que não toca, nem tocará jamais, nas rádios do Brasil, impesteadas pelo lixo que os interesses mercadológicos da indústria fonográfica nos obrigam a consumir. E haja drogas! Sou pela descriminalização das drogas, mas, com exceção feita às drogas midiáticas que causam males irreparáveis ao cérebro e a cultura popular!
A respeito do álbum, é hoje uma raridade histórica que atingiu recentemente o maior valor do mercado, superando obras esgotadas de ícones como Roberto Carlos. Belo exemplo da perenidade de uma criação, que não recebe a mesma exposição midiática que tem o chamado Rei.
Gravado na extinta gravadora Rosemblitz, do Recife, que sofreu uma inundação durante a prensagem do disco, de que só se salvaram 300 unidades, rapidamente esgotadas. Logo em seguida, os dois artistas romperam a parceria, o que impediu novas reedições. O disco circulou em cópias alternativas, até recentemente, quando um colecionador europeu editou uma versão não autorizada em CD e ganhou postagem no Youtube. O disco é mais procurado no exterior do que no Brasil, talvez pela anestesia coletiva que a mídia produz e induz com seu bombardeio de produções duvidosas e de qualidade apenas mercantilista ou oportunista.
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