No caso de Nietzsche lembremos que nosso filósofo inaugura a genealogia, isto é, uma atitude de busca da origem, como o aponta Deleuze (1976), precisamente nos seguintes termos:
“O projeto mais geral de Nietzsche consiste em introduzir na filosofia os conceitos de sentido e de valor (...) Nietzsche se dirige ao mesmo tempo contra a elevada idéia de fundamento que deixa os valores indiferentes à sua própria origem e contra a idéia de uma simples variação causal ou de começo insípido que coloca uma origem indiferente aos valores. Nietzsche forma o conceito novo de genealogia. O filósofo é o genealogista, não um juiz de tribunal à maneira de Kant, nem um mecânico à maneira utilitarista.”
Trata-se de uma viagem ao interior do homem, sua moral, sua gênese, sua história. Seus costumes e suas leis, sua construção de um mundo conforme se apresenta já no prólogo na forma de uma interrogação contundente, que prenuncia o escopo da crítica, ou mais exatamente, da genealogia que se seguirá:.
“Nós homens do conhecimento, não nos conhecemos, de nós mesmos somos desconhecidos – e não sem motivo. Nunca nos procuramos: como poderia acontecer que um dia nos encontrássemos?”
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